domingo, 11 de novembro de 2012

Sub 13"B": Arcozelo - 7 / FCPorto DF - 2


Este foi o nosso resultado, a derrota mais pesada que alguma vez me lembro de “reportar”. E a primeira coisa que se me ocorre dizer é que foi muito mau! E pior do que o resultado, foi a “exibição”.
Para fazermos uma pequena abordagem do que se passou, não que interesse muito “chorar em cima do leite derramado”, tivemos uma quase repetição do que se passou no Vilanovense, mas para pior. Fazemos 2ªs partes melhores que as primeiras? Isto não é contra-natura no futebol? Mas a verdade é que o nosso resultado ao intervalo era de 5 – 0, e na segunda parte marcámos tantos quantos sofremos.  Já no Vilanovense se viu uma 2ª parte muito superior à 1ª, com muito mais posse de bola ….




No entanto, viu-se garra, esforço. Houve ontem quem deixou a pele, a alma e o corpo em campo. E em condições adversas. O campo do Avintes, onde fomos jogar, era uma desgraça, ensopado e sem escoamento.  As condições de balneário também não eram as melhores. E a chuva., o vento e o frio não deixaram de acompanhar o jogo.E os jogadores adversários, além de serem uma boa equipa, eram fisicamente "maiores" do que os nossos

 
 



Eu gostava de conseguir aqui expressar o que sinto, mas não é fácil. Vou tentar. Meus amigos, ao contrário do meu amigo Zétó, eu não sofro pelo emblema (embora tenha um emblema que me faz sofrer tanto como vocês…). E acredito que aos outros pais que ontem estiveram firmes e gelados a ver aquele pequeno pesadelo também não seja isso que os move. Eu sofro por vós. Por ver que o vosso esforço não está a ser recompensado com resultados.


 
Sofro por ver as vossas carinhas tristes, sofro por cada gesto de desalento quanto sofrem um golo. Porque de quem eu gosto é de vocês, meus queridos. E só quero as vitórias para vos ver felizes e realizados. E o que vos falta é tão pouco: é apenas um clique, aquele vos transformará de “grupo” em “equipa”, aquele que fará com que os automatismos tantas vezes treinados funcionem. A partir desse momento, cada um saberá onde está o resto dos colegas, para onde exactamente fazer o passe, como ocupar um espaço livre.
 
 Mas até que isso aconteça, têm que se esforçar: se o passe não saiu perfeito, vamos tentar receber a bola de qualquer forma; se um colega deixou um espaço vazio, vamos compensar. Qualquer falha de qualquer um (todos falham!) tem que ser logo coberta e compensada pelos outros. Acreditem, um dia isto vai acontecer naturalmente e quase sem pensarem, mas até lá exige esforço, dedicação, concentração.


E aqui impõe-se que deixe claro uma coisa: quando uma equipa falha, o lugar comum é culpar o treinador e o guarda redes. Eu sou mãe de um, portanto pela minha parte, os guarda redes são tão culpados como todos. Herois ou vilões solitários, a culpa ou a glória deles é de toda a equipa. E quanto à culpa ser do treinador, remeto quem tiver paciencia para uns artigos aqui do blog já com algum tempo: 
 
 
 
 
 
Tenho que dizer que raramente acho que a culpa seja do treinador – também ele, como o guarda redes, heroi ou vilão solitário; tanto a uns como outros é sempre atribuída culpa, mas raramente glória.
 
 
 


E  no caso da nossa equipa, acho que a culpa não é do treinador (ou treinadores), muito pelo contrário. Tenho admirado o que tem feito o Professor Tozé e só tenho elogios a fazer. Tem feito um trabalho notável a todos os níveis, mas o tal “clique” de que se falou não está nas mãos dele. Têm que ser vocês, meninos, a fazer por isso, para que aconteça. Sejam colegas, companheiros, amigos. Façam de vós um grupo impenetravél, coeso, forte. E isso vai-vos dar uma força que ninguém vai conseguir superar. O vosso mister não pode entrar em campo e jogar. Ouçam-no.


Quem foi sub 13”B” a época passada lembra-se de um famoso jogo em que todos nós (pais) queríamos abraçar o prof. João Batista (ninguém teve coragem, mas tivemos vontade). Ontem aconteceu-me isso com o vosso treinador, o mister Tozé: aquele moço doente e visivelmente combalido fez questão de sair da cama para estar convosco. O jogo inteiro nem por um minuto evitou a chuva ou se tentou proteger, sempre em pé a dar indicações. E os rostos dele e do prof. Fabio Santos no fim do jogo ilustram bem a magoa e a tristeza. O prof Miranda estava na bancada e embora não se veja, tinha uma expressão igual. Todos sentimos a derrota de ontem por igual: jogadores, treinadores, pais. Mas é assim que se constrói o espirito de equipa que vos vai levar a vencer; porque mau era que alguém não sentisse e dissesse “ahh, a culpa não foi minha”. Não, as derrotas e as vitórias são de todos.

Corro aqui o risco de ser acusada de estar a dar "mimo" ao treinador, mas acreditem que só dou quando acho que é merecido, que é o caso. Quando for preciso fazer o oposto, cá estarei, embora convicta de que não irá acontecer. Do meu lado, como quem já me conhece sabe, o "bom" e o "mau" são transmitidos com a mesma sinceridade. Estou na ultima epoca de "Vitalis" portanto há certos "pudores" que não tenho que ter (se alguma vez os tive...)


Mas se se trata de atribuir culpas, há algumas a atribuir: a da serie onde estamos, por exemplo. Mas essas são daquelas em que não adianta pensar. Mas há um mea culpa a fazer, e aqui me penitencio em nome de todos os pais. Nós não temos sido o apoio que vocês precisam. Das bancadas não se ouve um incentivo, um grito, um cântico. E é nas horas más que eles precisam de se fazer ouvir. Quando estiverem a ganhar por 10-0, os cânticos não mudam nada. Prometo que isto também vai mudar, meus queridos pequenos GRANDES jogadores.

Tenho orgulho em vós, em todos e em cada um. Apesar deste mau inicio, vocês não baixaram a cabeça e lutam! E acreditem, essa vossa luta vai-vos levar ao triunfo.  Tenham uma boa semana de treinos e façam de conta que o próximo jogo é o primeiro. E entrem em campo com a alma e a chama do Dragão (eu até emprestava a do leão, mas é capaz de não ser boa ideia)

 
Ficam expressos os agradecimentos à família Rui Durães, pai, mae e Ruizinho, que nos acompanharam naquela “hora e meia de sofrimento”. Obrigada, amigos. Na próxima semana os sub 15 vão ter um encontro de ex-sub 13”B” em que o Rui (Nogueirense) vai defrontar o Ricardo Coelho e o André (Ermesinde) – espero poder estar a torcer por todos, porque são todos os “meus meninos”


 




 
 

Para terminar aquele que deve ser o post mais longo que alguma vez escrevi, uma nota para arrancar alguns sorrisos: seria possível um jogo correr bem com um arbitro assim?

 
 



Abraços aos grandes, beijocas aos pequeninos e aos nossos 18 herois fica a garantia que lá estaremos, esteja sol ou chuva, a torcer (desta vez ruidosamente) por aqueles que para nós são os melhores do mundo
Fotos AQUI

Nota: Para quem não esteve presente no jogo e achar alguma coisa estranha nas fotos, os meninos mudaram de equipamento ao intervalo. Uma excelente ideia, estavam ensopados e gelados e pelo menos entraram em campo um bocadinho mais comfortaveis

3 comentários:

  1. "... Nós não temos sido o apoio que vocês precisam. Das bancadas não se ouve um incentivo, um grito, um cântico. E é nas horas más que eles precisam de se fazer ouvir. ..." - Subscrevo todo o texto especialmente este pequeno parágrafo, prometo, mesmo que seja o único, que vos apoiarei até ao fim. Força meus campeões, que a vitória está ali tão pertinho...

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  2. Excelente trabalho o teu, minha Amiga.
    De facto, não vejo muitos Blogues, mas os que conheço, em NENHUM consigo ler e sentir o que lá está escrito … SENTIMENTOS
    … Escreve-se muita coisa, palavras bonitas como: ( Fantásticos, Brilhantes, Excelentes ), mas tocar nos Pontos Chaves, isso é que é mais difícil e na hora falta a coragem de os exprimir !!! …
    Mas TU ( Susana ), não tens esse problema, preconceito ou pudor ( como tão bem o disseste ), as palavras saem-te naturalmente e escreves exactamente o que ( naquele momento ) estás a sentir.
    Subscrevo o teu paragrafo, porque nele percebe-se claramente o teu SENTIMENTO por cada um deste Meninos … "... Nós não temos sido o apoio que vocês precisam. Das bancadas não se ouve um incentivo, um grito, um cântico. E é nas horas más que eles precisam de se fazer ouvir. ..."
    Força EQUIPA, os jogos com Vitórias vão aparecer e dar-vos aquela ALEGRIA que tanto merecem.
    Vou estar sempre a torcer por vocês Campeões.

    Beijinhos
    Carminho

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  3. Obrigada pelos comentarios, meus amigos. Efectivamente este post foi escrito com o coração e a emoção - por isso ás vezes prefiro deixar "arrefecer" o animo antes de escrever ...

    Agora mais a frio, o que eu gostaria de ter expressado é que o meu incondicional apoio à equipa, seja a ganhar ou a perder, está e estará sempre lá. Mas que o meu coração está (e estará, estejam onde estiveram) com estas (e tantas outras crianças) que têm passado pelas equipas que tenho tido o prazer de acompanhar. Poderá sempre dizer-se "ah, é mulher"! Mas a questão é que por trás - ou melhor, por dentro - de cada jogador há uma criança, um pequeno projecto de ser humano que um dia virá a ser, esperemos, um grande homem ou mulher. E são todos os momentos da infancia/adolescencia que estão a viver que farão deles excelentes pessoas no futuro. Os bons momentos e os maus momentos. A partilha, o companheirismo, a amizade, o respeito. E foi com muito orgulho que vi sairem do jogo tristes, mas unidos.
    Como muito bem disse o To-Zé Sá, ás vezes é nas derrotas que se ganham as equipas .. O meu sexto sentido (também é coisa de mulher...) diz-me que aquele jogo em Avintes marcou um ponto de viragem. A nossa equipa tem tudo para vencer, e isso vai acontecer. E por vencer não quero dizer literalmente "ganhar jogos", mas vencer a batalha de conseguir demonstrar em campo o potencial que tem. De não permitir que os adversários usem qualquer falha em seu proveito, de se tornarem gigantes quando os outros são maiores, mais fortes ou mais rápidos.

    Os nossos rapazes (e menina) vão mostrar de que fibra são feitos e "vender caro" cada momento de jogo que o adversário pretenda seu.

    Porque são os nossos meninos, e "São Porto" (hei pá, desculpem, mas o "somos" não me sai...) têm dentro deles a tal "Força do Dragão" a vencer desde ... 1873? bem, ou isso ... e, acreditem, têm malta como a minha pessoa a torcer com mais força por vocês do que por qualquer outra paixão que tenha.

    Mais uma vez obrigada e até breve

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